Bushido significa
literalmente "caminho do guerreiro" era um código de honra
não-escrito e um modo de vida para os samurais, que fornecia parâmetros para
esse guerreiro viver e morrer com honra. Para essa classe guerreira, seguir o
bushido, era dar ênfase à lealdade, fidelidade, auto sacrifício, justiça, modos
refinados, humildade, espírito marcial e honra acima de tudo, morrer com
dignidade.
Formado e
influenciado pelos conceitos do Budismo, Xintoísmo e Confucionismo, o código de
honra do guerreiro samurai, conhecido como bushido, surgiu da combinação dessas
doutrinas e religiões.
O Budismo se
relaciona com o bushido, através do destemor do perigo e da morte. O samurai
não temia a morte pois acreditava nos ensinamentos budista, que pregava a vida
após a morte. Voltaria no encargo de guerreiro em suas contínuas reencarnações.
Os samurais não tinham medo do perigo, as técnicas de meditação do Zen, foram
usadas como um meio de limitar esse temor. Com os ensinamentos Zen, os samurais
buscavam entrar em harmonia com seu Eu interior e com o mundo a sua volta. O
desapego era a base do samurai, com a pratica do desapego, o samurai se tornou
a maior casta de guerreiros que já existiu.
Outras influencias no
bushido, foram os preceitos do Xintoísmo, como a lealdade, o patriotismo e a
reverência aos seus antepassado. Com tal lealdade para com a memória de seus
ancestrais, os samurais empenham essa mesma reverência ao imperador e ao seu
daimyo ou senhor feudal. Xintoísmo também fornece importância para patriotismo
com seu país, o Japão. Eles crêem que a Terra não existe apenas para suprir as
necessidades das pessoas. "É a residência sagrada dos deuses, dos
espíritos de seus antepassados... A Terra deve ser cuidada, protegida e
alimentada por um patriotismo intenso".
O Confucionismo
oferece ao bushido, sua crença em relação aos seres humanos e suas famílias.
Confucionismo ressalta o dever filial e as relações entre senhor e servo, pai e
filho, marido e mulher, irmão mais velho e mais novo e entre amigos, que são
seguidas pelos samurai. Junto com estas virtudes, o bushido também prega a
justiça, benevolência, amor, sinceridade, honestidade, e autocontrole. Justiça
é um dos principais fatores no código do samurai, assim como o amor e a
benevolência que são suntuosas virtudes dos samurais.
O Caminho
Literalmente
traduzido, Bushido significa "Caminho do Guerreiro", sendo
"bushi" igual a guerreiro e "do" igual a caminho. Neste
sentido, o ideograma para caminho, em japonês, é equivalente à forma chinesa
“Tao”, e exprime o conceito filosófico de absoluto. Este conceito traz a idéia
de origem, princípio e essência de todas coisas.
"O bushido,
significa a vida total do guerreiro, sua devoção a espada, seu respeito às
normas ditadas pelo Confucionismo. Não é apenas um sistema de ética a ser
seguido pelas classes sociais. É a estrada do cosmo, os vestígios sagrados dos
Céus, apontando o Caminho". – O Livro Dos Cinco Anéis.
No geral, guerreiro é
aquele que busca seu próprio caminho. Muitas pessoas podem estar perfeitamente
buscando o caminho sem saber disso. Guerreiro é a pessoa que tem um objetivo, e
que por meio deste, passa a ter consciência de seu dom e suas limitações.
Através dessa consciência, o guerreiro atinge sua meta, combinada com a vontade
de vencer fraquezas, temores e limitações.
Cada pessoa trilha
seu próprio caminho, já que existem vários caminhos como o caminho da cura pelo
médico, o caminho da literatura pelo poeta ou escritor, e muitas outras artes e
habilidades. Cada pessoa pratica de acordo com a sua inclinação. Por isso
pode-se chamar de guerreiro, aquele que segue seu caminho específico.
Porém, no bushido, a
palavra guerreiro significa muito mais do que isso. O termo bushi não pode ser
designado a qualquer um. O bushi é diferente, pois seus estudos do caminho
baseiam-se em superar os homens. A casta guerreira se distingue das demais por
sua fidelidade e honra, a palavra do guerreiro vale mais do que tudo.
"Quando o
guerreiro assume uma responsabilidade, mantém sua palavra. Os que prometem e
não cumprem, perde respeito próprio, tem vergonha de seus atos e sua vida
consiste em fugir, gastam mais energia dando desculpas para desonrar sua
palavra, do que o guerreiro usa para manter seu compromisso. Ás vezes o
guerreiro assume uma responsabilidade que resultará em prejuízo. Não torna a
repetir esta atitude, mas honra o que disse e paga o preço de sua
impulsividade". – Manual Do Guerreiro Da Luz.
Práticas do Bushido
O caminho do
guerreiro é o caminho da pena e da espada, esse conceito vem do antigo Japão
feudal e determinava que a nobreza (bushi) dominasse tanto a arte da guerra
quanto a leitura, e que ele deve apreciar ambas as artes. O bushi deve aprender
o caminho de todas as profissões, se informar sobre todos os assuntos, apreciar
as artes e quando não estiver ocupado em suas obrigações militares, deverá
estar sempre praticando algo, seja a leitura ou a escrita, armazenando em sua
mente a história antiga e o conhecimento geral, comportando-se bem a todo
momento para ter uma postura digna de um samurai, tudo isso sem desviar do
verdadeiro caminho, o bushido.
A etiqueta deve ser
seguida, todos os dias da vida cotidiana, assim como na guerra pelos samurais.
Sinceridade e honestidade são as virtudes que avaliam suas vidas. Transcender
um pacto de fidelidade completa e confiança esta ligado à dignidade. Os
samurais também precisavam ter autocontrole, desapego e austeridade para manter
sua honra, em função disso, podemos dizer que o samurai é o guerreiro completo
e seu código de honra - o bushido - tem forte influência no estilo de vida do
povo japonês e oferece uma explicação do caráter e da indomável força interior
desse povo.
Para o bushido, o
caminho do guerreiro exige que a conduta de um homem seja correta em todos os
sentidos, dessa forma, a preguiça é um mal que deve ser abominado. Mas existe
problemas quando a pessoa se apóia no futuro, pois torna-se preguiçosa e
indolente, já que deixam pra amanhã, aquilo que poderia ser feito hoje. Pessoas
que agem dessa maneira, não seguem o verdadeiro preceito do bushido, que de um
modo geral, é a aceitação resoluta da morte.
"Um samurai deve
antes de tudo ter sempre em mente, dia e noite, desde a manhã de ano novo,
quando pega os palitos para tomar café, até a noite do último dia do ano,
quando paga suas faturas, o fato de que um dia irá morrer. Essa é a sua
principal tarefa”. – Bushido O Código Do Samurai – Daidoji Yuzan.
Se o guerreiro tem
plena consciência da morte, evitará conflitos, estará livre de doenças, além de
ter uma personalidade com muitas qualidades e diferenciada às dos demais seres
humanos. O guerreiro vive o presente sem se preocupar com o amanhã, de modo que
quando contempla o rosto das pessoas, sente como se nunca mais fosse vê-los
novamente, e portanto, seu dever e consideração as pessoas, serão profundamente
sinceros. O verdadeiro guerreiro é aquele que aceita a morte, dessa maneira,
ele não irá se meter em discussões desnecessárias que venham a provocar um
conflito maior, já que assim ele pode acabar sendo morto, e isso talvez
resultaria na sua desonra ou afligiria a reputação e nome de sua família. Se a
idéia de morte é mantida, será cuidadoso e suscetível de ser discreto e não
dirá coisas que ofendam às outras pessoas. Também não cometerão excessos
doentios com a comida, bebida e sexo, usando moderação e privação em tudo,
permanecendo livre de doenças e mantendo uma vida saudável.
O guerreiro deve
arder com a morte em desespero. “Naoshige disse uma vez: - O bushido significa
a morte em desespero. Várias dezenas de samurais sadios não podem matar um
único samurai (que arda com essa morte em desespero). Homens sadios, de mente
calmamente bem-compostas não podem realizar um grande empreendimento. Você só
precisa ficar desesperado a ponto de morrer. Se a discrição e a consideração do
momento fundem-se com seu bushido, você na certa hesitará e ficará aquém de sua
espreita”. – Bushido: O Caminho do Samurai - Tsuramoto Tashiro.
Resumindo, bushi é
aquele que segue o caminho do guerreiro. Miyamoto Musashi disse uma vez: - Os
homens devem moldar seu caminho. A partir do momento em que você ver o caminho
em tudo o que fizer, você se tornará o caminho.
Código de Honra
A classe guerreira do
Japão feudal conhecida como samurai (ou bushi), conseguiu fama por sua bravura,
técnicas marciais, honra e por seu espírito inabalável diante da morte. Essa
reputação se deve à um código de ética e conduta, seguido e vivido pelos guerreiros,
conhecido como bushido.
Preceitos do Bushido:
GI - Justiça e
Moralidade Atitude direta, razão correta, decidir sem hesitar;
YU - Coragem Bravura
heróica;
JIN - Compaixão
Benevolência, simpatia, amor incondicional para com a humanidade;
REI - Polidez e
Cortesia Amabilidade;
MAKOTO - Sinceridade
Veracidade total, nunca mentir;
MEIYO - Honra Glória;
CHUGO - Dever e
Lealdade Devoção, Lealdade.
O bushido oferece
padrões que regem a vida do guerreiro samurai, principalmente no que diz
respeito a honra e coragem. Para o samurai, morrer em uma batalha ou duelo,
significa honrar o nome de sua família e de seus ancestrais. Falhar diante do
dever de proteger seu senhor, era a maior desonra para o guerreiro, que não
tinha outra escolha senão cometer o suicídio, conhecido como seppuku.
Seppuku
Para evitar a desonra
da captura ou a vergonha de sair vivo de um duelo quando derrotado, o samurai
praticava um ritual chamado seppuku, que significa: suicídio ventral. No geral,
segundo seu código de conduta, quando um samurai perdia sua honra de alguma
forma, ele se via na obrigação de cometer o suicídio.
O harakiri, como
também é chamado tal suicídio, se baseia numa morte lenta e dolorida, em que o
samurai fincava uma pequena espada ao lado do abdômen e cortava o próprio
ventre de uma ponta a outra. Porém, antes de atravessar o abdômen com uma
lâmina, era feito todo um ritual, que ia desde a composição de um poema de
morte por parte do samurai, até um banho de purificação do corpo e da alma.
Depois o samurai se recostava num pequeno banco de modo que quando morresse,
seu corpo não caísse pra trás.
Pegava então sua espada curta ou uma adaga
afiada e cortava o corpo na altura do abdômen, terminando por puxar a lamina
pra cima. Era importante o samurai ter total auto-controle e não mostrar sinais
de medo ou dor. Caso o samurai não tivesse mais agüentando a dor, um parente ou
amigo íntimo entre os espectadores do ritual, empunhava uma espada e com ela,
decepava a cabeça do samurai de modo que a espada não transpassasse totalmente
o pescoço do samurai, deixando sua cabeça pendurada por uma fina camada de
pele, para que ela não rolasse no chão.
Entretanto, o ritual
nem sempre poderia ser seguido nesses detalhes. Nos campos de batalha por
exemplo, pra evitar de ser capturado, o samurai derrotado apenas enfiava a
espada em seu abdômen.
O suicídio tem um
enorme valor no Japão, pois difere os samurais das outras castas guerreiras e
prega o conceito de que mais vale a morte do que a desgraça de ter o próprio
nome desonrado. Essa influência se vê ainda nos dias de hoje e um exemplo comum
disso, são os pilotos kamikase da Segunda Guerra Mundial.
Em 1703, 47 ronin
desafiaram o poder do xogun degolando o mestre de etiqueta, culpado pela morte
do antigo amo deles. Em seguida, os ronin cometeram seppuku, tornando-se os
mais reverenciados rebeldes do Japão inclusive nos dias de hoje.
Credo do Samurai Autor desconhecido
Eu não tenho pais,
faço do céu e da terra meus pais. Eu não
tenho casa, faço do mundo minha casa. Eu
não tenho poder divino, faço da honestidade meu poder divino. Eu não tenho pretensões, faço da minha
disciplina minha pretensão. Eu não tenho
poderes mágicos, faço da personalidade meus poderes mágicos. Eu não tenho vida ou morte, faço das duas
uma, tenho vida e morte.
Eu não tenho visão,
faço da luz do trovão a minha visão. Eu
não tenho audição, faço da sensibilidade meus ouvidos. Eu não tenho língua, faço da prontidão minha
língua.
Eu não tenho leis,
faço da auto-defesa minha lei. Eu não
tenho estratégia, faço do direito de matar e do direito de salvar vidas minha
estratégia. Eu não tenho projetos, faço
do apego às oportunidades meus projetos.
Eu não tenho princípios, faço da adaptação a todas as circunstâncias meu
princípio. Eu não tenho táticas, faço da
escassez e da abundância minha tática.
Eu não tenho
talentos, faço da minha imaginação meus talentos. Eu não tenho amigos, faço da minha mente
minha única amiga. Eu não tenho
inimigos, faço do descuido meu inimigo.
Eu não tenho armadura, faço da benevolência minha armadura. Eu não tenho castelo, faço do caráter meu
castelo. Eu não tenho espada, faço da
perseverança minha espada.
FONTE: www.bushidoonline.com.br
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